terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Pedras no meu sapato!

No inicio de 2012 decidi ir ao médico de família, para que ele me encaminhasse para uma daquelas consultas onde somos submetidos a uma cirurgia e onde nos colocam ou uma banda gástrica ou nos reduzem o estômago.

O meu médico de família deu-me toda uma aula de como e o que comer e o que fazer (exercício). Nada que eu não tivesse já ouvido pelo menos 1500 vezes em 7 anos de uma vida de gorda.

Depois de muito insistir, lá me mandou para o Hospital de Santa Maria, onde consegui consulta para Agosto desse mesmo ano. 

Quando me apercebi, a primeira consulta desse processo era somente uma consulta de nutrição (mais uma).

A médica era muito nova. Parecia até mais nova que eu (eu tinha 27 anos na altura). Com ar de arrogante, emproadinha, e um ligeiro ar de superioridade de magra para gorda, pergunta-me porque estou ali.
Respondi-lhe a medo, pensando se esta era ou não uma pergunta com rasteira. "Falei com o médico de família para que ele me encaminhasse para uma consulta, para ver se é possível fazer a redução de estômago... Porque é que me mandaram para uma consulta de nutricionista?"
Ao que ela me responde "Você nem sequer sabe se tem todos os requisitos para fazer essa cirurgia. Isto é por fases. E a primeira é a nutrição. Você vai ter que seguir uma dieta que eu lhe vou dar, mas antes vamos ali á balança pesá-la."





Para além da atitude dela me ter dado vontade de lhe apertar o pescoço, levou-me por corredores até uma balança que se encontrava onde?? Isso mesmo! No meio de um Hall onde passava um montão de pessoas...
Que bom! E que motivante!
"Você está muito acima do seu peso ideal!" - disse ela.
"Eu sei... De outra maneira não faria sentido eu estar nesta consulta!" - respondi.

Acho que foi neste momento que iniciámos uma espécie de guerra aberta uma com a outra.

Para arrogante, arrogante e meio!

Voltámos para o gabinete e começou então o ataque da parte dela, com um olhar enfurecido, e de quem "manda no pedaço"...

Ela: "Você não pode beber bebidas com gás"
Eu: "Mas quando é que eu disse que o faço? Nem lhes toco..."
Ela: "Pois... Você não pode encher o prato, e não pode repetir nas refeições"
Eu: "Eu não faço isso"
Ela: "Bem, vamos dar-lhe então uma dieta. Ao pequeno-almoço: Uma torrada com doce ou pouca manteiga, um copo de leite magro."
Eu: "Isso é o meu pequeno-almoço desde que me lembro."
Ela: "Continuando... Não pode estar mais do que 3h sem comer. Ou seja, convém fazer um lanchinho a meio da manhã e outro a meio da tarde. Uma peça de fruta, umas bolachinhas integrais..."
Eu: "Sim, isso é um hábito que eu tenho."

Nem vou colocar o resto da conversa aqui, porque já deu para perceber. 
O resto da conversa foi sempre igual, em que ela dizia-me para eu fazer o que eu já fazia.

Se ela se preocupou em ver afinal o que estava mal? Não!
Mandou-me para casa, mandou-me seguir a (desculpem) merda da dieta e disse que mais tarde iria receber outra carta para uma nova consulta.

Cheguei ao carro, com um nó na garganta e prestes a chorar, atirei os papeis dela para o porta-bagagem, e tentei apagar o episódio da minha cabeça.
Escusado será dizer que não recebi mais carta nenhuma (não quer dizer que eu fosse, caso a recebesse), e que nunca mais fui a nutricionistas/dietistas.

Tempo perdido, foi o que foi!

P.S.-Isto é apenas o relato da minha experiência. Não quero com isto desincentivar ninguém! Nutricionistas, em muitos casos são bons e fazem falta.

Kiss Kiss,
Kelly




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